Aprenda a analisar a sua vida financeira

Aprenda a analisar a sua vida financeira

Se você quer construir uma vida financeira saudável, a primeira coisa que precisamos te dizer é: aprenda a entender o seu cenário financeiro. Como assim, gente? Quando falamos de cenários, estamos falando da sua situação financeira, de como as contas se comportam, dos hábitos de consumo e do nível de endividamento. Aprender a fazer esta análise é uma das primeiras habilidades que precisam ser desenvolvidas para conseguirmos construir um bom planejamento das finanças pessoais. Nas nossas palestras utilizamos a imagem de um semáforo para descrever os principais cenários, e auxiliar as pessoas a identificarem onde é que suas finanças se encaixam. Assim a gente tem:
  • Sinal Vermelho: Pessoas endividadas
  • Sinal Amarelo: Pessoas sem controle financeiro
  • Sinal Verde: Pessoas organizadas
Neste artigo vamos falar um pouquinho destes cenários para te ajudar a saber “quem é você na fila do pão” nesse mundo das finanças. Além disso, também vamos dar algumas dicas preciosas para solucionar os problemas que aparecem em cada um deles.
Sinal Vermelho: vivendo na emoção das dívidas

Antes que você fique desesperado, precisamos definir o que é o endividamento. Se você não tem nenhuma conta em atraso ou se os seus parcelamentos (cartão, financiamentos e afins) não comprometem mais que 30% da sua renda, então já pode respirar aliviado porque você não é um endividado! Ouvi um amém?

Contudo, se você se enxergou nesse cenário, possivelmente o seu calcanhar de Aquiles é o cartão de crédito. Esse pequeno pedaço de plástico corresponde a 77,6% das dívidas dos brasileiros, seguido pelas compras com crediário/carnês (17,5%) e financiamento de veículos (10,2%).

Este perfil de dívidas nos ajuda a reconhecer que a principal causa do endividamento é que, muitas vezes, mantemos um estilo de vida incompatível com a renda. Você já parou para pensar nisso?

Mas, e aí, como resolvemos este problema? As estratégias são muitas e vamos falar detalhadamente sobre elas a partir de agora:

Identifique as razões do endividamento

Vamos ser sinceros? Nós não fomos nem um pouquinho preparados para lidar com nosso dinheiro, principalmente em um contexto econômico em que somos estimulados continuamente a consumir, consumir, consumir…

E é geralmente este consumo por impulso o maior causador de dívidas, pois ele provoca um aumento significativo das despesas, sobretudo na tentativa de manter certos estilos de vida, o que também leva ao mau uso do crédito.

Contudo, existem ainda outros fatores que contribuem para o endividamento, como o desemprego/perda de renda e/ou gastos emergenciais, em especial com problemas de saúde. Essas são situações que nos pegam desprevenidos e, como quase ninguém tem uma reserva para estes momentos, contrair dívidas parece ser a única saída.

De outras vezes é um processo não muito bem planejado de aquisição de bens que faz você se endividar. Ou até investimentos mal projetados podem fazer com que você fique com um saldo negativo…

Além disso, os desequilíbrios emocionais também acabam comprometendo a capacidade de controlar as contas, criando situações de aumento de gastos com produtos/serviços que nos fazem “esquecer” os problemas (pois é, meus caros, não é só a bebida que faz isso. Comidas, compras, e eletrônicos também vão cumprir esse papel!).

Daí, como esses gastos são contínuos e desvinculados da renda, sendo feitos no cartão de crédito ou limite em conta, inevitavelmente irão gerar mais endividamento. Não adianta você dizer que o cartão de crédito é o vilão, certo? Existe uma série de comportamentos que baseiam o uso do dinheiro e são eles que precisam ser avaliados.

Reconhecer qual o problema vai ajudar na solução. Por isso, entender esses comportamentos e/ou motivos que fazem você gastar mais e mal é o primeiro passo para a solução. Depois disto, a trilha vai na direção de evitar ou tratar (sim, ajuda psicológica melhora a relação com o dinheiro, pasmem!) esse problema e, a partir daí, é mapear danos e agir.

Mexeu com a renda, altere o padrão de vida

Essa é a estratégia mais difícil! Porque isso dói, né? Depois que a gente se acostuma com um pouquinho mais de “luxos”, abrir mão de algumas regalias pode ser bem custoso emocionalmente… ainda mais por envolver a família.

Sim, a família toda precisa entrar na dança! Esposo, esposa, filhos, cachorro, periquito e papagaio…é fundamental que todos entendam a situação da família e participem do processo de reorganização financeira.

Fazendo isto, o próximo passo é reduzir os custos com produtos e serviços, substituindo por mais baratos ou até excluindo aqueles que são mais supérfluos. Aí estão incluídos os serviços domésticos, itens de lazer, serviços de telefonia e internet, tarifas bancárias, entre outros.

Também é necessário pensar em medidas para reduzir aquelas contas fixas mensais, como água, luz e gás; e até considerar a mudança de endereço, para diminuir despesas com aluguel e condomínio – pode parecer drástico, mas funciona!

Outra coisa a avaliar é a continuidade de alguns bens. Sabe aquela casa de praia ou campo que ninguém mais vai? Então, se ela não te dá renda, só gera despesa. O mesmo vale para o carro que não é realmente necessário, já que existem outros meios de locomoção. Considere vendê-los ou fazer com que gerem renda adicional.

A gente sabe que é um desafio no início, mas, com ajuda de todos, este pode ser um processo muito mais leve e, acredite, vai dar certo!

Reduza o custo da dívida

As dívidas se tornam essas montanhas enormes por causa de uma palavra bem pequena: juros. São eles que fazem os valores se multiplicarem e alcançarem cifras inimagináveis. Então, precisamos aprender a lidar com eles.

Algumas dívidas, como cheque especial e cartão de crédito, têm taxas de juros altíssimas que podem sufocar o nosso esforço de quitá-las. Por isso, a partir de uma análise muito criteriosa, você pode avaliar usar o crédito consignado para saldar o cartão ou cheque especial, desde que você não volte a utilizar esses produtos até quitar o parcelamento.

Outra estratégia é a portabilidade de crédito, ou seja, quando a dívida é transferida de um banco para outro e, assim, dá para negociar melhor as condições do empréstimo e diminuir as parcelas e os custos financeiros.

Contudo, muito cuidado, você precisa ter organizado as contas de casa (o famoso orçamento) para que essa redução de custo com juros dê certo. Sem isso, você não vai conseguir saber que parcela pode assumir e corre o risco de voltar a se endividar, desta vez com os créditos consignados!

Vamos falar sobre Renda Adicional?
Este é o nosso último conselho para quem está na jornada para sair do sinal vermelho: considere a possibilidade de renda adicional! Pode ser que, algumas vezes, analisar e remanejar o orçamento doméstico, reduzir ou cortar despesas e renegociar com os credores não é suficiente para gente se livrar das dívidas. Talvez também seja necessário um reforço na renda para ajudar a ajustar as contas. Para estes casos as opções são variadas e a criatividade será sua aliada. Comece pensando em coisas que você gosta de fazer e possam gerar algum dinheiro, muitas vezes a solução está bem à nossa frente! Sabe aquele pão delicioso ou os doces maravilhosos que fazem sucesso na família? Pois, é! Gastronomia é uma área que sempre tem demanda e pode te dar aquele extra. Além disso, há também a possibilidade de compartilhar algo que você sabe ensinando a sua habilidade para alguém. Pode ser um instrumento, um idioma, um trabalho manual, dando aulas de reforço escolar ou qualquer coisa que possa ser útil para as pessoas. Se sua família tiver um imóvel de praia ou campo, e até quem sabe um quarto subutilizado em casa, aproveite os sites de aluguel de temporada para conseguir uma renda extra nos períodos em que não estiverem usando esses locais (que deve ser a maior parte do ano, não é verdade?). Considere também fazer uma limpa nos armários e guarda-roupas e utilizar as plataformas especializadas para vender os seus objetos usados. Lembra que o problema das dívidas é algo que afeta a família por completo? Então, pense se outros membros da família não poderiam ajudar obtendo renda própria e auxiliando nas contas de casa. Todo mundo pode colaborar um pouco e toda ajuda é bem-vinda!
Sinal Amarelo: Vivendo no Zero a Zero

O final do mês chega e com ele vem a doce satisfação de ter todos os boletos pagos, não dever nada a ninguém e ter feito tudo o que precisava. Mas, quando você menos espera, a geladeira pifa, o carro quebra e o pet fica doente – porque o brasileiro não tem um momento de paz nessa vida!

Este é um cenário muito comum, e possivelmente você pode se identificar com ele: gastamos tudo o que recebemos, sem nos preocuparmos com as emergências ou em formar uma reserva financeira. E daí, quando algo inesperado acontece, recorremos aos empréstimos ou cartão de crédito para resolver os problema e acabamos tendo custos desnecessários com os juros.

Mas este jogo não precisa ficar assim nesse 0x0! A gente tá aqui pra te ajudar a mudar esse placar, é só continuar a leitura, ok?

Sinal Amarelo: Vivendo no Zero a Zero

É mais um dia normal de trabalho. Você foi ao shopping almoçar e, na volta para o escritório, viu que havia uma promoção na loja de roupas. Você resolveu aproveitar e comprou logo umas 2 ou 3 peças que precisava, porque os preços estavam ótimos. Daí lembrou que sua impressora estava sem tinta, passou na papelaria e comprou também um planner para 2021, pois desta vez você jura que realmente vai usar – quando se dá conta, você gastou mais dinheiro do que deveria. Mas um pensamento vem à cabeça: “não tem problema, pelo menos paguei tudo e não devo nada a ninguém!”

Se identificou com esse cenário? Este é um comportamento comum de pessoas que gastam sem pensar que a vida é dinâmica e não dá para controlar tudo. Pessoas neste perfil, normalmente, não conseguem ter uma reserva financeira, pois gastam tudo o que ganham, e também não possuem o devido planejamento e o controle das contas.

E o que fazer para ter este controle das contas? Vamos te dar um passo a passo básico:

  1. Liste todas as rendas e todos os gastos (orçamento)​
  2. Estabeleça um valor de reserva e separe (poupança)
  3. Planeje quando e como serão feitos seus gastos
  4. Estabeleça limites para os gastos
  5. Acompanhe periodicamente os gastos

O planejamento e o controle das contas terão um efeito positivo sobre o seu estilo de vida e vão te ajudar a gastar com equilíbrio​ e a começar a ter uma reserva financeira.

Tenha Objetivos para o seu dinheiro

Você já ouviu o ditado “quem não sabe para aonde vai, qualquer lugar serve”? O mesmo também é válido para o seu dinheiro, pois sem objetivos claros é difícil fazer o planejamento dos gastos e estabelecer reservas para realização de sonhos.

Ter objetivos para o seu dinheiro vai te ajudar a ter motivação para guardar, ao invés de gastar tudo rapidamente. É um esforço real para vencer a satisfação imediata! Então pense: o que eu quero realizar nos próximos meses ou anos? Quanto vou precisar para realizar meus sonhos? Quanto consigo reservar mensalmente da minha renda para esses objetivos?

É importante que esses objetivos sejam alcançáveis, ok? Por isso planeje coisas que você realmente terá condição de realizar dentro do seu orçamento, e com prazos que sejam confortáveis para você. Pois não adianta nada estabelecer objetivos quase impossíveis para a sua realidade, isso vai desanimar qualquer esforço de reserva.

Comece com objetivos pequenos e com prazos mais curtos, algo que você consiga alcançar com mais rapidez. Você vai perceber que, mesmo sendo simples, realizá-los vai te trazer uma satisfação enorme e muito mais ânimo para poupar antes de gastar.

Cuidado com os gastos ocultos

Quem nunca cantou “dinheiro na mão é vendaval, é vendaval”, não sabe o que é sacar R$50,00 no caixa eletrônico e no final do dia não ter mais um centavo na carteira, não é verdade?

Parece que o dinheiro tem uma propriedade sobrenatural de desaparecer! São tantas pequenas coisas no dia: padaria, flanelinha, um analgésico na farmácia, um salgado na lanchonete da esquina… Todos estes chamamos de gastos ocultos, que normalmente não lembramos como aconteceram, principalmente por ser de valor pequeno. E, cá pra nós, as vezes este é o dinheiro que a gente diz que não tem para colocar na reserva (trago verdades…)

Veja bem: se por dia você costuma gastar R$2,00 em coisas das quais nem se lembra, no final do mês isso irá se tornar R$40,00 (contando só dias úteis). Este mesmo valor aplicado mensalmente em um CDB ao longo de 10 anos (taxa atual de 2% ao ano) renderia R$5.255,87. Sim, estamos falando só de R$2,00 por dia!

Isto quer dizer que não posso mais comprar aquela coxinha na padaria? Não, não é isso! Mas sim que você deve ter atenção e estabelecer limites para estes gastos, se possível registrando todos eles, para que você tenha um melhor controle das contas, e no final do mês consiga dizer para onde foi o seu suado dinheirinho.

Sinal verde: Parece, mas não é

Este parece ser o cenário perfeito para se estar: pessoas com renda suficiente, com dinheiro “guardado”, já possuem imóvel ou algum patrimônio e são financeiramente controladas. É tão maravilhoso, que parece que não há nada para se fazer, né? Pois é, mas só parece!

Esta sensação de total conforto faz com que a capacidade financeira não seja devidamente aproveitada​ e os investimentos adequadamente calculados.

É que o chamamos em Psicologia Econômica de Viés do Status Quo, que tende a nos manter sempre no mesmo lugar em que já estamos, por ser mais confortável e menos arriscado.

Contudo, esse viés impede alcançar melhores oportunidades, pois as nossas decisões financeiras irão tomar como base apenas o passado (aquilo que já deu certo), sem avaliar as perspectivas futuras da economia, nem as deteriorações que o tempo traz.

E o que fazer neste cenário? Continue a leitura, pois nós iremos desvendar esse mistério juntos.

Otimize seu patrimônio

Quase todo mundo já ouviu alguém falar da importância de construir um bom patrimônio, principalmente imóveis. Ter uma boa “carteira” de casas, terrenos, salas e lojas comerciais é o sonho de muita gente, pois traz uma sensação de estabilidade e segurança de retorno.

Contudo, patrimônio não otimizado pode significar perda no longo prazo. E quando a gente fala em otimizar, estamos dizendo que é necessário tirar o melhor proveito daquele bem. Então, de nada adianta ter aquele terreno lá na Conchichina se ele não está te trazendo renda!​

“Mas, esse terreno pode valorizar”, dizem alguns. Verdade, mas também pode ser invadido, desvalorizado ou ter outro tipo de perda. Ah, e temos que pensar nos gastos com a manutenção: cerca, limpeza, vigilância, impostos…

Tão importante quanto formar patrimônio, é estar atento às questões relacionadas à sua administração, como vida útil, rentabilidade, despesas, proteção e investimento; além de atuar para valorizar e incrementar aquilo que você possui.

Apesar de contraditório, imóvel não fica parado. Lembre-se: bem que não gera renda, gera despesa!

Planeje suas reservas

Quem está no Sinal Verde, por ter um orçamento mais arrumadinho e controlado, já consegue ter uma folguinha nas contas. É realmente uma situação bem mais confortável e muito propícia para incrementar as reservas!

Uma das primeiras coisas a serem feitas é definir um percentual para ser guardado mensalmente e separar essa quantia ANTES de começar a pagar as contas. Fazendo assim, provavelmente, você poderá guardar muito mais do que se for esperar a “sobrinha” do final do mês.

É preciso também ter constância na reserva: guarde dinheiro regularmente, mesmo que seja “pouco”. Com isto, você irá se beneficiar dos juros compostos e suas reservas vão crescer mais rápido e de forma contínua.

O hábito de poupar regularmente, e de modo planejado, também vai te ajudar a ter uma maior capacidade de aproveitar as oportunidades que surgem no mercado de investimentos. Afinal de contas, o seu dinheiro não é para ficar guardado no porquinho ou no colchão, não é mesmo?

Invista corretamente

Uma vez ouvi uma história, no mínimo, curiosa: um homem vendeu o carro e resolveu “guardar” o dinheiro dentro do sofá da sala. Ele, muito esperto, também não contou nada a ninguém e viajou a trabalho. No entanto, a esposa já estava planejando reformar o sofá, e o móvel, sem ela imaginar o que havia dentro, foi levado para a “oficina” com dinheiro e tudo. Quando o homem retorna e vê o sofá completamente reformado, fica simplesmente desesperado! O dinheiro, lógico, não estava mais lá.

A gente não sabe se ri ou se chora com uma história dessas, porque parece inacreditável! Mas você sabia que 27% dos brasileiros que costumam fazer reserva financeira preferem guardar o dinheiro em casa? Ah, e a gente nem falou aqui daqueles que deixam o dinheiro parado na conta corrente…

Pois é, meus caros, não adianta guardar dinheiro e não aplicá-lo. Para fazer sua reserva crescer é preciso investir!

Então, se você é um desses que está no Sinal Verde e já guarda um dinheirinho, fique atento a este pontos básicos para começar:

  1. Estabeleça objetivos claros e aplique o dinheiro alinhado a eles;​
  2. Considere todas opções de investimento e DIVERSIFIQUE;
  3. Monte uma carteira de investimentos;
  4. Invista respeitando o seu perfil.

Estas são só informações BEM iniciais para quem deseja investir, mas já serve para você ter uma noção de por onde começar. Mas, não se preocupe, em breve vamos ter a oportunidade de destrinchar este assunto!

Quem é você?

Se você chegou até aqui, com certeza conseguiu se identificar em alguns dos cenários. Agora fica muito mais fácil construir um planejamento financeiro que seja condizente com a sua realidade.

O planejamento financeiro é uma ferramenta importante para ajudar você a equilibrar suas finanças e a planejar sua vida, seus sonhos e seu futuro.

Se você quer saber mais sobre este e outros temas importantes para sua vida financeira, continue a ler nosso blog e a nos acompanhar nas nossas redes sociais.

Existimos para ajudar pessoas a redesenhar sua vida financeira, transformando seu dinheiro (pouco ou muito) em um meio de realização de sonhos.

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